Embaixada do Brasil diz que tia vai trazer as
cinzas para o Brasil.
Ele foi fuzilado neste sábado
após condenação por tráfico de drogas.
O
corpo do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, executado na madrugada deste domingo (18) na Indonésia – 15h31 deste
sábado (17), pelo horário de Brasília –, foi cremado quatro horas após a morte
do instrutor de voo, informou ao G1 por telefone o plantão da
Embaixada do Brasil em Jacarta, capital do país. Archer havia sido condenado à
morte por tráfico de drogas. Após o fuzilamento e a constatação da morte, o
corpo passou por uma limpeza feita pelos médicos e pela equipe de
embalsamamento. Ele foi reconhecido três horas mais tarde pela vice-cônsul da
embaixada e, por fim, conduzido até o crematório.
Uma tia de Archer, Maria de Lourdes Archer Pinto, acompanhou o cortejo
junto da vice-cônsul. Antes da cremação, ela se despediu do sobrinho, segundo o
plantão da embaixada.
Maria de Lourdes deve retornar a Jacarta nesta segunda-feira (19) com as
cinzas e o certificado de óbito indonésio. A partir desse certificado, o setor
consular da embaixada expedirá um atestado de óbito brasileiro. Ainda não há
data marcada para o retorno da tia com a documentação e as cinzas.
Além do brasileiro, foram executados na ilha de Nusakambangan Ang Kiem
Soe, um cidadão holandês; Namaona Denis, um residente do Malawi; Daniel Enemuo,
nigeriano; e uma cidadã indonésia, Rani Andriani. Outra vietnamita, Tran Thi
Bich Hanh, foi executada em Boyolali, na Ilha de Java.
Ainda de acordo com o plantão da embaixada, as execuções ocorrem
simultaneamente, pois há um pelotão de fuzilamento para cada um dos condenados.
O advogado de Archer, Utomo Karim, disse ao G1 por telefone
que apenas um dos 12 fuzis utilizados pelos atiradores tem bala de verdade. As
demais são falsas, mas nenhum deles sabe quem, de fato, dá o tiro fatal.
Marco Archer
havia sido preso em 2004, ao tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos
de uma asa-delta. A droga foi descoberta pelo raio-x, no Aeroporto
Internacional de Jacarta. Archer conseguiu fugir do aeroporto, mas duas semanas
depois acabou preso novamente. A Indonésia pune o tráfico de drogas com pena de
morte.Cocaína
A presidente
Dilma Rousseff divulgou nota, neste sábado, em que disse estar"consternada e indignada" com a execução de Archer na Indonésia.
O
embaixador do Brasil em Jacarta, segundo a nota, seria chamado para consultas.
Na linguagem
diplomática, chamar um embaixador para consultas representa uma espécie de
agravo ao país no qual está o embaixador. Na sexta-feira, a presidente Dilma
tinha feito um apelo por telefone ao governante da Indonésia, Joko Widodo, para
poupar a vida de Archer, mas não foi
atendida.
Widodo respondeu que não poderia reverter a sentença de morte imposta a
Archer, "pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei
indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal",
segundo nota da Presidência.
O secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese, reuniu-se, em Brasília,
com o embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto, para manifestar a "profunda
inconformidade" com o fuzilamento. O Itamaraty voltou
a dizer que o cumprimento da sentença de morte representa uma “sombra”
nas relações entre os países.
Marco dentro da cadeia na Indonésia (Foto: Rogério Paez / Arquivo pessoal) |
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